segunda-feira, 6 de março de 2017

MEUS 15 MOMENTOS FAVORITOS DE JUDY GARLAND

Existem três divas na História do cinema que são insubstituíveis e incomparáveis, pelo menos na opinião desta autora: Lucille Ball, Rita Hayworth e Judy Garland. Embora Lucille tenha nascido loira e Rita e Judy morenas, todas elas ficaram famosas com os cabelos tingidos de vermelho – por isso, eu as chamo carinhosamente de “As Três Ruivas”. Rita e Lucille já foram devidamente homenageadas (link de Lucille: http://poltrona-r.blogspot.com.br/2016/08/meus-15-momentos-preferidos-de-lucille.html e link de Rita: http://poltrona-r.blogspot.com.br/2016/10/meus-15-momentos-favoritos-de-rita.html) por este blog, e agora chegou a vez de Judy (1922-1969). Dona de uma voz privilegiada e de um carisma poderoso em cena, esta artista genial marcou a Hollywood da Era do Jazz e, embora seja conhecida pela maioria do público de hoje apenas como a Dorothy de “O Mágico de Oz”, ela na verdade foi mais que isso. Fechando então a trilogia das Ruivas Divas, lá vai: Meus 15 Momentos Favoritos de Judy Garland, um humilde tributo de fã a esta verdadeira mestra dos palcos e das telas.




1.  “Somewhere Over The Rainbow”
“Em algum lugar, além do arco-íris, os céus são mais azuis, e os sonhos que você ousa sonhar realmente se realizarão”. Este refrão insquecível já seria o suficiente para tornar “Somewhere Over The Rainbow” inesquecível; com Judy Garland, então, o tema principal de “O Mágico de Oz” recebeu uma interpretação capaz de derreter um coração de pedra. Não falo apenas da forma como ela canta, mas de seus gestos, do seu olhar perdido e esperançoso, da atuação perfeita. Judy Garland era Dorothy. Nasceu para viver a personagem, e ponto. Pensar que por pouco ela não perdeu o papel para Shirley Temple...




2.       “Get Happy”
Canção que fazia parte da trilha sonora do filme “Casa, Comida e Carinho”, de 1950. O musical, com trilha sonora composta pelo incrível Harry Warren, tinha Gene Kelly como ator principal e Judy como estrela. Com estas credenciais, que filme pode ser ruim? É inacreditável que a letra dessa música fale sobre o Dia do Juízo Final e sobre encarar com alegria a “partida para o outro lado”. Olha, se o “outro lado” tem estes deuses gregos e shows da Judy Garland, deve ser uma maravilha mesmo!




3.       “A Great Lady Has An Interview”
Considero este vídeo OBRIGATÓRIO. Pena que não tem legendas em português. Judy Garland interpreta a si mesma neste trecho do filme “Ziegfeld Follies”, musical de 1946 que tinha um elenco de sonho – além da própria Judy Garland, Fred Astaire, Gene Kelly, Esther Williams, Red Skelton e Lucille Ball (que inclusive posou como musa pin-up nos pôsteres publicitários do filme, criados por George Petty). Posso dizer com certeza que aqui ela faz a mais impressionante entrada de uma atriz em cena desde a que Rita Hayworth fez descendo a rampa em “Modelos” (1944) (https://www.youtube.com/watch?v=tDouTNjmaKY). Forjando um sotaque britânico e cercada de homens lindos que fazem papel de repórteres, Judy mostra a que veio recitando de maneira propositalmente afetada um texto que é uma tiração de sarro com o fato de o estúdio (na época a MGM) só a escalar para papéis sem graça e não perceber sua sensualidade. “O que Ginger Rogers e Betty Grable têm que eu não tenho?” e “Eu gostaria de ser uma  garota pin-up, diz ela. Para alguns fãs mais insensatos, este número seria o primeiro rap da História. Para mim, foi talvez a maior aula de atuação que Judy Garland nos deu. Coberta do pescoço até os pés (que vestido lindo!), ela nos mostra, inclusive, que é possível ser sexy sem mostrar nadinha. Absolutamente genial.




4.       “Waltz With A Swing”
Mistura de valsa com o ritmo da moda na época (1936), o jazz, a adolescente Judy, de meros 14 anos, deixa qualquer um de boca aberta com seu talento vocal. Essa cena é do filme “Every Sunday”, em que ela contracena com a também jovem estrela Deanna Durbin. O curta-metragem, aliás, fez a carreira das duas deslanchar. Deanna era cantora de música lírica, e também tinha uma bela voz. Mas sinto muito, pra mim o swing jazz de Lady Judy dava de dez.




5.       “The Trolley Song”
Foi durante as gravações do musical “Agora Seremos Felizes”, de 1944, que o diretor do filme, Vincente Minnelli, se apaixonou pela jovem estrela Judy Garland (os dois se casaram e tiveram a também estrela Liza Minnelli). Com esta personagem, Minnelli propôs uma mudança na imagem da atriz: de estrelinha de filmes água-com-açúcar para uma mulher adulta e atraente. Mais magra e com os cabelos ruivos lindos como nunca, Judy arrasou e transformou o filme em um clássico natalino. Detalhe: essa sequência foi toda gravada em estúdio, com o bonde parado e os atores dentro dele; a impressão de que o veículo estava andando foi dada por um chroma-key (https://pt.wikipedia.org/wiki/Chroma_key), recurso muito utilizado pelos estúdios de Hollywood naqueles tempos. 




6.       “I Don’t Care”
“Redescoberta” após décadas, esta canção virou meme na Internet. Talvez o motivo da viralização seja justamente o fato de a letra da música ser bem atual. Achei aqui com legendas em inglês e espanhol. A canção é de 1949, mas parece que o público da Internet disse “I don’t care” e curtiu assim mesmo. Milagre!




7.       “The Joint Is Really Jumpin' In Carnegie Hall”
Cena do filme “A Filha do Comandante”, comédia musical que foi produzida e lançada em 1943, auge da Segunda Guerra Mundial. Fazendo uma participação especial no papel dela mesma, a ruivinha mata a pau e mostra que não precisa de duas horas de filme para fazer a plateia perceber o quanto ela era talentosa. O elenco tinha Gene Kelly e Lucille Ball, e ambos ficaram amigos de Judy na vida real. Mickey Rooney também atuava no filme, e é ele quem aparece no comecinho desta cena, como o apresentador. O pianista que faz essa impressionante performance é o espanhol José Iturbi, que alcançou grande sucesso em Hollywood naqueles tempos.




8.       “We’re Off To See The Wizard”
Esta cena icônica de “O Mágico de Oz” precisou ser refeita várias vezes, graças ao perfeccionismo do diretor Victor Fleming (o mesmo que nos deu “E O Vento Levou”, naquele ano de 1939). É a segunda melhor canção da trilha fenomenal deste clássico, só perdendo, é claro, para “Somewhere Over The Rainbow”.




 9.       “For Me And My Gal”
Dá pra resistir ao Gene “Gênio Lindo” Kelly com esse charme todo e essa voz toda do seu lado enquanto você toca piano? Bom, a Judy resistiu e fez um dos melhores números da sua carreira. Aos 2:04, trecho em que ele canta “Vamos construir um pequeno lar para um, ou dois, ou três, ou quatro, ou cinco, ou talvez mais”, a cara que ela faz é hilariante, o que mostra que até mesmo o duplo sentido pode ser usado com bom gosto. O sapateado da dupla dispensa comentários. Doçura pura, de 1942 para a tela do seu computador. 




10.       “The Man That Got Away”
Para muitos esta canção, do filme “Nasce Uma Estrela” (1954), é o melhor momento da carreira de Judy Garland. Realmente, é de arrepiar. Com os cabelos escuros (nos últimos anos da sua vida ela, sabe-se lá por que, ficou morena) e a voz mais potente do que nunca, a diva faz qualquer um se emocionar. O filme na época não atingiu a bilheteria que o estúdio esperava. Inacreditável, mas é verdade.




 11.       Relembrando a parceria com Mickey Rooney
No início de sua carreira, Judy Garland fez vários filmes com Mickey Rooney, que acabou por se tornar seu grande amigo na vida real. Eu, inclusive, já postei o link de um dueto da dupla aqui no blog (eis o link: http://poltrona-r.blogspot.com.br/2016/10/direto-do-you-tube-judy-garland-mickey.html). Décadas depois, quando ganhou seu próprio programa de TV na rede norte-americana CBS, ela convidou Mickey para participar de um dos episódios e relembrar a parceria dos dois. Não tem legenda (pra variar, né?), mas vale pela música que os dois cantam juntos e pelo carinho que demonstram um com o outro. Emocionante!




12.       “Together”, com Liza Minnelli
Mãe e filha juntas no palco. Judy Garland e a jovem Liza Minnelli dividem a cena e mostram que são algo extremamente raro de se ver: um autêntico caso de genialidade hereditária.



13.       “Who?”
Nesta cena de “Quando As Nuvens Passam”, os ângulos de câmera e o figurino de Judy tinham uma “missão”: esconder o fato de que ela estava grávida. Para disfarçar a barriguinha proeminente, ela usa esse vestido amarelo lindo. A cena tem duas versões: a oficial, que é esta que eu postei aí embaixo, e a que não foi utilizada no filme (Link: https://www.youtube.com/watch?v=hQiM-9IFTIs). Motivo: os produtores decidiram que não ficaria legal essa cena ser uma sequência de outra, aquela em que Judy interpreta a música “Sunny” (https://www.youtube.com/watch?v=KNY8v2LsMz8). Polêmicas à parte, é um dos meus 15 momentos preferidos da Judy.




 14.       “Swing, Mr. Mendelssohn”
Em sua fase de adolescente-prodígio - que, aliás, foi bastante lucrativa para os estúdios - Judy Garland cantava jazz como ninguém – isso sem falar na sua habilidade como atriz e dançarina. Bancando a aluna rebelde no filme “Everybody Sing”, de 1938, ela transforma uma chatíssima aula de canto em uma festa. Para aqueles tempos, era o máximo da irreverência jovem. Duvido você não ter vontade de sair dançando também.




15.   “Medley Let There Be Love/Nobody Till Somebody Loves You”, com Frank Sinatra e Dean Martin
Amo, amo, amo! Pra fechar esta matéria em grande estilo, o número de abertura do sensacional especial televisivo que Judy Garland fez com outros dois artistas que eu adoro, Frank Sinatra e Dean Martin. O nome do show é “Once in a Lifetime”, que significa “uma vez só na vida”. Realmente, vai ser difícil reunir três vozes dessas outra vez. Estou postando o link do especial inteiro, que vale muito a pena ser visto e ouvido (https://www.youtube.com/watch?v=FXftetJNKm8).




Em sua época, Judy Garland enfrentou muitos preconceitos. Um deles era do próprio estúdio, que só a colocava em papéis de moça recatada e ingênua. E o outro, o que mais a incomodava, era o da crítica (sempre ela...), que a considerava uma grande cantora, porém uma atriz medíocre e uma péssima dançarina. Meu Deus do céu, o que aqueles críticos tinham na cabeça? Uma das intérpretes mais sensacionais que o show-business já conheceu, a multitalentosa Judy é inspiração pra muita gente até os dias de hoje. Infelizmente, porém, ninguém até hoje conseguiu se igualar a ela. Jamais existirá outra Judy Garland, nem mesmo além do arco-íris.


Link da playlist completa desta matéria no Canal do Poltrona R no You Tube: https://www.youtube.com/playlist?list=PLyc88yygdNcBhgnZ1p37mBlRcWcdF-ad4

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