quarta-feira, 6 de julho de 2016

A CENTENÁRIA OLIVIA DE HAVILLAND



Consegue imaginar alguém chegar aos 100 anos de idade linda, lúcida, saudável, muito bem de vida, com uma carreira de sucessos que inclui dois Oscars e uma participação no maior filme de todos os tempos, e sendo homenageada no mundo inteiro? Pois bem, ela chegou lá!

Nesta sexta-feira, dia 31 de junho, uma lenda completou um século de vida: Olivia de Havilland, a atriz que interpretou a Melanie em “E O Vento Levou”. Única artista viva do elenco do clássico, Olivia jamais conseguiu se livrar da personagem, apesar de possuir um currículo extenso (49 filmes!), inúmeros prêmios e os Oscars de Melhor atriz de 1946 (por “Só Resta Uma Lágrima”) e de 1949 (por “Tarde Demais”).




A carreira de Olivia foi marcada por papéis de boa moça, especialmente em filmes de época. Mas também teve algumas polêmicas, como sua rivalidade pessoal e profissional com a irmã, a também atriz Joan Fontaine (estrela de filmes como “Rebecca”, de Alfred Hitchcock). Ou mesmo seu relacionamento com o parceiro de cena Errol Flynn, por quem ela, décadas depois, assumiria ter tido uma queda. Dizem até que os dois viveram um namoro às escondidas na vida real.

Nascida no Japão em 1º de julho de 1916, filha de pais ingleses, criada em Los Angeles (EUA) e naturalizada americana, Olivia Mary de Havilland já era apaixonada por Shakespeare quando criança. Ela foi educada em colégio de freiras e fez sua estréia nos palcos em 1933, aos 17 anos de idade, meio de brincadeira, no papel principal de uma montagem de “Alice No País Das Maravilhas”, de Lewis Carroll. A experiência mudou sua vida a tal ponto, que ela decidiu que era aquilo que gostaria de fazer pelo resto da vida.



Pouco tempo depois, em 1935, Olivia estreava no cinema, em “Sonho De Uma Noite De Verão”. No mesmo ano, apareceu em “Capitão Blood”, dos estúdios Warner, ao lado do lindo Errol Flyyn, e o santo profissional dos dois bateu. O sucesso da dupla foi tão grande que a Warner decidiu que eles fariam mais alguns filmes juntos – e foram oito, ao todo.

Mas o papel que mudaria sua vida veio em 1939, quando a Warner concordou em liberá-la por um tempo para trabalhar em uma superprodução da MGM que prometia estourar as bilheterias do mundo todo. O nome do filme? “E O Vento Levou”



Tudo começou porque Joan Fontaine foi chamada pelos produtores do futuro clássico para fazer testes, pois havia sido cogitada para o papel de Melanie Hamilton. Mas como ela queria ser Scarlett O’Hara, recomendou Olivia para interpretar a coadjuvante boazinha.

Para Joan, foi uma dupla perda. Já para Olivia, o ganho foi maior do que se imaginava. Sua Melanie é brilhante, convincente, chega a roubar algumas cenas em que aparece, e só não levou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante porque o prêmio foi para a também sensacional Hattie McDaniel que, graças à personagem Mammy, tornou-se a primeira afrodescendente a ganhar um Oscar. 




Em 1943, cansada de não poder escolher seus papéis nem com que atores trabalharia, Olivia, que tinha um pai advogado e alguma noção de leis, processou a Warner – uma atitude inovadora para alguém de sua época. Durante o período em que passou brigando com o estúdio, ela ficou sem trabalho e, para se sustentar, precisou fazer shows para entreter feridos na guerra. Mas valeu a pena. Graças à decisão judicial, que ficou conhecida como Lei De Havilland, os grandes estúdios tiveram seu poder reduzido e os atores ganharam mais liberdade para trabalhar. A Warner, porém, nunca mais contratou Olivia. O episódio fez com que a estrela se tornasse uma defensora pioneira dos direitos dos atores.

Embora diga que já viu “E O Vento Levou” “umas trinta vezes”, Olivia diz que não o considera seu melhor trabalho. Para ela, seu desempenho mais brilhante foi em “A Cova da Serpente” (1948), em que interpreta uma mulher com transtornos psiquiátricos. Não levou o Oscar pelo papel, mas conquistou diversos prêmios por ele, incluindo o do Festival de Veneza.

Olivia de Havilland casou-se duas vezes e divorciou-se duas vezes. Seu primeiro marido foi o escritor americano Marcus Goodrich, com quem ficou casada entre 1946 e 1952; os dois tiveram Benjamin, falecido em 1991 aos 42 anos. Em 1955 ela casou-se com o jornalista francês Pierre Galante. Os dois permaneceram juntos até 1979 e tiveram uma filha, Gisele.

Desde 1953, ela vive na França, onde, em setembro de 2010, o presidente Nicolas Sarkozy a condecorou com a Legião de Honra.

Em 2003, Olivia fez uma aparição especial na cerimônia de entrega do Oscar, e recebeu quase 5 minutos ininterruptos de aplausos de pé. A emoção foi tão grande que a estrela foi às lágrimas e mal conseguiu falar.




Perguntada sobre como pretendia comemorar essa data tão significativa, ela respondeu que iria jantar e beber com “alguns amigos muito, muito queridos”. E não é só: Olivia anuncia que está trabalhando na sua autobiografia, e que deve lançá-la em breve. Com um século de vida, ela ainda faz planos para o futuro! Um exemplo de vida e de carreira. Parabéns, diva! 


FONTES










Matéria já publicada no blog Blah Cultural
http://www.blahcultural.com/

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